segunda-feira, 25 de março de 2013

Proverbios y cantares.




I
Nunca persegui la gloria
ni de ar en la memoria
de los hombres mi canción;
yo amo los mundos sutiles,
ingrávidos y gentiles
como pompas de jabón.
Me gusta verlos pintarse
de sol y grana, volar
bajo el ciclo azul, temblar
subitamente y quebrarse.
I
Nunca persegui a glória
nem conservar na memória
dos homens minha canção;
eu amo os mundos sutis,
ingrávidos e gentis
como bolhas de sabão.
Gosto de vê-los pintar-se
de ouro e de carmim, voar
no céu azul, tremular
subitamente e quebrar-se.


XVI
El hombre es por natura la bestia paradójica,
un animal absurdo que necesita lógica.
Creó de nada un mundo y, su obra terminada,
"Ya estoy en el secreto - se dijo -, todo es nada."
XVI
O homem, por índole, é besta paradoxal,
precisa de lógica esse absurdo animal.
Criou do nada um mundo e, obra terminada,
"Já sei o segredo - se disse -, tudo é nada."


XXIII
No extrañéis, dulces amigos,
que este mi frente arrugada:
yo vivo en paz con los hombres
y en guerra con mis entrarias.
XXIII
Não estranhem, doces amigos,
esta minha testa enrugada:
eu vivo na paz com os homens
e em guerra com minhas entranhas.


MACHADO, Antonio. Proverbios y cantares. Provérbios e cantares. Tradução: Ronald Polito. Belo Horizonte: 2009. s.p. Plaquete comemorativa dos 70 anos da morte do poeta, 50 exs. Col. A.M. (EA)

Nenhum comentário:

Postar um comentário